psicologia

Foto: Sammir Melo

No último sábado(27) comemorou-se o Dia do Psicólogo. Quem pode em sã consciência dizer, em um mundo tão conturbado, que não precisa de incentivo emocional? O corpo humano é um sistema completo, no qual um lado influencia o outro, e vice-versa: o físico no psicológico e este no somático do físico. Não poderia ser diferente para os assistidos da Associação dos Voluntários a Serviço da Oncologia em Sergipe (Avosos).

Há 9 anos a psicóloga Raquel Bezerra desenvolve sua profissão na Avosos com amor e dedicação. Diversas crianças, adolescentes e seus familiares passam por sua sala e deixam histórias marcantes, modificadas de toda sorte por suas palavras de incentivo. “O maior desafio é lidar com uma patologia que ainda não tem cura completamente. Trabalhamos com algumas crianças que infelizmente vão a óbito. Cada criança terá sua caminhada: alguns de forma mais positiva e outros não tanto. Acompanhamos esta família durante o processo, seja para o sucesso da cura ou, infelizmente, para dividir a dor da perda”, revela Raquel.

Ainda segundo a psicóloga, há vários estudos apontando que a questão emocional interfere no sistema imunológico. “Crianças mais alegres com certeza enfrentam melhor a doença, recaem menos, têm menos infecção, têm inclusive ido menos ao médico. Uma criança que enfrenta, além da doença, problemas emocionais em casa, no relacionamento com a família, má alimentação, falta de segurança e higiene, é uma criança que vai ter mais intercorrências e, consequentemente, mais dificuldade de alcançar a cura”, informa a profissional.

Situação de doença

O diagnóstico “câncer” ainda assunta muito, por ter em geral um tratamento doloroso e invasivo, associado à ideia de sofrimento e morte. “Infelizmente algumas famílias demoram a ter o diagnóstico confirmado e isso gera um sofrimento, um vai e vem a vários médicos, o que é desgastante para a criança e para a família. Enquanto psicóloga eu tento trabalhar esses conteúdos emocionais vindos dessa situação de doença para que esta criança possa se fortalecer para enfrentar o tratamento. Além disso, para que esses pais possam estar apoiando esta criança e que esta família tenha uma condição de relacionamento saudável”, afirma Raquel Bezerra.